sexta-feira, 27 de março de 2015

E o crime de desacato ...



Ao que tudo indica a Convenção Americana de Direitos Humanos impede a tipificação da conduta descrita no art. 331 do CP. Há julgado da Justiça Federal que reconheceu a atipicidade da referida conduta ...

Matéria interessante da Conjur ...

http://www.conjur.com.br/2015-mar-27/defensoria-sao-paulo-oea-fim-crime-desacato



Defensoria de SP pede à OEA o fim do crime de desacato; advogados elogiam



A Defensoria Pública de São Paulo foi à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH) pedir o fim do crime de desacato (previsto no artigo 331 do Código Penal). O órgão requereu, neste mês, medida cautelar para a tutela emergencial de direitos fundamentais em relação à comunicação feita à entidade em 2012 com o mesmo objetivo.
Naquela ocasião, a Defensoria alegou que o Estado brasileiro tinha violado direitos humanos contra um metalúrgico. Flagrado com drogas por um policial militar, ele foi detido e levado à delegacia. Nisso, teria dito ao agente: “policial sem-vergonha, corrupto, ladrão e vagabundo, não ficarei detido para sempre, você vai se ferrar, vai morrer”. Por essa razão, foi denunciado por desacato.
A defesa do operário foi assumida pela Defensoria, que pediu sua absolvição, argumentando que o artigo 331 do CP havia sido derrogado pelo artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), conforme o entendimento da Relatoria para Liberdade de Expressão da CIDH.
Porém, o juiz de primeira instância não concordou com os defensores públicos. Para ele, o crime de desacato não pode ser derrogado por um tratado internacional — como a Convenção Americana de Direitos Humanos —, pois só é possível que outra lei nacional o faça.
A segunda instância também firmou entendimento desfavorável à Defensoria paulista, afirmando que a liberdade de expressão garantida pela norma americana não autoriza ofensas a servidores públicos. Com isso, os juízes condenaram o metalúrgico a sete meses de detenção em regime aberto. Os defensores insistiram no caso até ele chegar ao Supremo Tribunal Federal, mas a corte negou seguimento ao recurso, porque a pena já tinha sido extinta à época.
Devido ao esgotamento das medidas no Brasil, a Defensoria acionou a CIDH, sustentando que a decisão final do Judiciário nacional violou os artigos 7º — que determina que ninguém pode ser preso por causa de algo não previsto na Constituição de seu país — e 13 — que trata da liberdade de expressão — do Pacto de San José da Costa Rica.
No entanto, a entidade até hoje não se manifestou sobre o assunto. Os defensores paulistas então decidiram reforçar o pedido. Nessa segunda tentativa, alegaram que a inércia da CIDH vem permitindo que as polícias brasileiras usem o crime de desacato para sufocar manifestações populares e ocultar arbitrariedades dos agentes, como tortura.

Como exemplo dessas ilegalidades, a Defensoria citou a conduta da Polícia Militar de São Paulo na passeata de 9 de janeiro contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens na capital paulista. Na ocasião, os agentes reprimiram o protesto com balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Outra estratégia dos policiais foi prender aleatoriamente manifestantes (38, no total) sob a alegação de desacato. Mas mesmo filmando o ato, a PM não conseguiu provar as ofensas a seus funcionários.
Pelo contrário: os detidos disseram que foram agredidos pelos PMs. De acordo com o defensor público Bruno Shimizu, um dos signatários do pedido à CIDH, “vários manifestantes sofreram com a violência dos policiais, como um que levou um disparo de bala de borracha nos seus órgãos genitais, e outro que tomou uma facada nas costas. Ou seja, a imputação de desacato a eles serviu para legitimar a tortura e desviar o foco de suas arbitrariedades”.
E quando os defensores denunciaram as práticas ao delegado, ele ouviu as negativas dos PMs e, baseado apenas na palavra deles, lavrou termos circunstanciados contra os manifestantes, o que induz à persecução penal e pode impor-lhes penas restritivas de direitos.
Com isso, a Defensoria pediu a concessão de medida cautelar para que a CIDH ordene que o Brasil identifique todas as pessoas que estejam sendo investigadas, respondendo a processo ou cumprindo pena por desacato, e suspenda os esses procedimentos ou sanções. Além disso, os defensores paulistas requereram que seja determinada a suspensão da aplicabilidade ao artigo 331 do CP.
Legitimação de desigualdades
Segundo Shimizu, o Estado brasileiro está sendo omisso ao deixar de excluir o desacato de seu ordenamento jurídico.
“Outros Estados já foram condenados por não se adequarem ao Pacto de San José da Costa Rica. O próprio STF já reconheceu que o tratado tem hierarquia superior às leis ordinárias — como o CP — quando declarou ilegal a prisão de depositário infiel, que era prevista no Código de Processo Civil. Então, não há por que manter esse crime vigente”, explicou.
Na opinião do defensor, a manutenção do crime de desacato se explica pela formação histórica do Brasil: “Nosso passado de escravidão e ditaduras torna difícil implantar valores democráticos no país, tanto que a nossa democracia é apenas formal”. E isso, continua, formou a ideia de que os agentes públicos não se prestam a servir a população e estão acima da lei, não podendo ser desrespeitados pelos cidadãos.
O reflexo disso está, de acordo com Shimizu, nos casos de abuso de poder de juízes e policiais, que são frequentemente divulgados pela imprensa.

Fábio Tofic aponta que mudança diminuiria autoritarismo de juízes.
Reprodução
Impacto na advocacia
O pedido da Defensoria pelo fim do desacato foi bem recebido entre os advogados. Para o criminalista Fábio Tofic Simantob, do Tofic Simantob Advogados, uma eventual derrogação do delito será “um freio a menos na liberdade de expressão e nas atividades que estão ligadas à denúncia de abusos do poder, como o jornalismo e a advocacia”.
Na opinião dele, isso “cortaria um pouco o autoritarismo dos juízes”, que muitas vezes dão voz de prisão a advogados que discordam de suas decisões. Simantob disse que as vítimas de ofensas já são protegidas pelos crimes contra a honra — injúria, calúnia e difamação —, que são questões privadas e dependem do ofendido mover ação para buscar reparação. Assim, não se justifica a existência de uma infração de ação pública incondicionada que um promotor pode iniciar sem o consentimento do servidor.

Advogados hoje são uma classe amedrontada, diz Leite Fernandes.
Reprodução
O também especialista em Direito Penal Paulo Sérgio Leite Fernandes elogiou a iniciativa, já que “qualquer coisa hoje é desacato, especialmente para alguns juízes de primeira instância que se entronizam no poder”.
“Os advogados são hoje uma classe amedrontada [pelos abusos dos juízes]. Especialmente os mais jovens, que não foram educados para a resistência. Assim, isso [o fim do desacato] fará com que eles deixem de compactuar com abusos de autoridades”, afirmou Leite Fernandes.
Embora ressalvando que as principais vítimas do desacato são os pobres, que sofrem com os excessos da polícia, e não os advogados, Shimizu acredita que a extinção do crime “pode democratizar a relação judicial, colocando o juiz em posição mais próxima do jurisdicionado”.
Já o presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia do Conselho Federal da OAB, Leonardo Accioly da Silva, declarou “ver com simpatia” o requerimento da defensoria paulista. Entretanto, ele defende a manutenção do desacato no Código Penal, desde que sejam criadas facilidades para os cidadãos denunciarem práticas de abuso de autoridade. Segundo o advogado, isso geraria um equilíbrio entre os dois delitos.
Mesmo assim, ele sustenta que o desacato não deveria se aplicar à atividade dos advogados, afirmando que ele é “um elemento inibidor da relação horizontal do Estado com a advocacia”. Para Silva, os excessos deveriam ser punidos pelo Código de Ética da OAB.
Em sua redação original, o Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994) estabelecia no artigo 7º, parágrafo 2º, que “o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer”.
O dispositivo foi questionado pela Associação dos Magistrados Brasileiros e pela Procuradoria Geral da República junto ao STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.127-8. O Supremo concordou com as entidades, e declarou inconstitucional a expressão “ou desacato” em 2006.
Clique aqui para ler a íntegra do pedido da Defensoria de SP à CIDH. 

Revista Consultor Jurídico, 27 de março de 2015, 6h21

AL TO contra o beijo na TV

É até difícil acreditar que o Poder Legislativo ainda pode apresentar manifestações dessa natureza ... o artigo destaca bem a barbaridade de manifestações como esta ...

http://www.t1noticias.com.br/minha-opiniao/a-miopia-religiosa-empobrecendo-a-pauta-do-legislativo-no-tocantins/65186/


T1 Notícias | A miopia religiosa empobrecendo a pauta do Legislativo no Tocantins | Minha Opinião

A Assembléia Legislativa aprovou ontem, com o voto de 11 deputados, abstenção de três que não quiseram se comprometer e com voto contrário apenas dos deputados Eduardo Siqueira Campos(PTB) e José Roberto(PT), uma moção de repúdio à Rede Globo.
Votaram pela aprovação: Eli Borges, Amélio Cayres, Eduardo do Dertins, José Bonifácio, Osires Damaso, Wanderley Barbosa, Valderez Castelo Branco, Rocha Miranda, Valdemar Júnior e Nilton Franco.
O repúdio acontece não porque a emissora evite temas importantes para o País em seu jornalismo. Ou porque acreditem que ela tenha linha editorial tendenciosa. Ou ainda que hajam dúvidas se sonega ou não impostos.
A moção contra a maior emissora do País, deve-se a um beijo gay na novela das oito, Babilônia, uma trama que tem se mostrado fraca a ponto de registrar uma das audiências mais baixas da emissora. Não que a novela “Em Família˜, exibida há meses, também com baixa audiência como esta que recém começou, não tenha exibido vários beijos gays.
As novelas em geral, da Globo ou não, tem exibido com mais naturalidade beijos entre iguais, homens e mulheres. Na novela que passou, uma das atrizes mais belas do País, Giovana Antonelli representou o papel de uma mulher casada, que passou a trama inteira se dividindo entre o marido bonitão e uma fotógrafa bonitona. Venceu a fotógrafa com direito a casamento entre as duas no final, com o ex-marido assistindo. Civilizadamente. Coisa de novela, é lógico.
Qual a diferença então que os nobres parlamentares encontraram entre a trama do ano passado e esta? Será que a ofensa maior sofrida pela família brasileira tradicional, no entendimento do deputado pastor Eli Borges, autor do requerimento, foi o fato de que o beijo foi trocado entre duas personagens da terceira idade? Lembraram a avó de alguém?
O que a Assembléia Legislativa conseguiu ontem por apenas cinco votos, foi diminuir o tamanho do Tocantins. Quis cercear o direito dos homossexuais de se enxergarem numa trama novelesca, que a princípio é arte retratando a vida.
Se esta moção - que não serve para nada além de expor para o Brasil o nosso provincianismo- tivesse o efeito prático de alterar a programação da novela, gays tocantinenses (homens e mulheres) estariam impedidos de assistir beijos iguais aos que trocam entre si, num canal aberto de televisão. Por que? Por que isso incomoda tanto aos seguidores de Eli? Os aparelhos de TV na casa do deputado e dos que ele representa neste caso específico não tem controle remoto? Lá não estão acessíveis outros canais?
Pior: por que cargas d’água, caberia aos deputados tocantinenses escolher o que nós todos devemos ou não assistir num canal de TV? voltamos aos tempos sombrios da ditadura?
A se julgar pelo resultado da votação,  a história de duas mulheres de meia idade envolvidas emocionalmente incomoda não só a Eli, mas também a outros parlamentares. Surpreende que um comunicador como o deputado Valdemar Jr aprove um requerimento desta natureza. Para não falar de outros já conhecidos pelo trato e pela visão de mundo por diversos outros episódios…
A maioria dos deputados presentes à sessão votou acompanhando o deputado pastor. Exceção, é preciso lembrar, da deputada Luana Ribeiro, que manifestou-se contra a moção no dia anterior. 
O episódio serviu para evidenciar o conservadorismo da bancada do governo - que tem na área de direitos humanos uma mulher do PT, forjada nos movimentos sociais - e votou acompanhando o deputado.
Sectário, Eli Borges não entende por que motivo nunca conseguiu legenda para ser candidato a prefeito de Palmas. De visão tão limitada e intolerante com a diversidade que a sociedade abriga, dificilmente será prefeito de uma capital. As pessoas temem radicais no comando dos destinos da coletividade. Gente que usa o poder para ditar regra na vida do outro. Que acredita que o Estado tem que interferir nos direitos individuais para tolhi-los. Gente que legisla em causa própria.
Eli parece desconhecer que somos todos filhos de um mesmo Deus. Regidos no Brasil pela mesma Constituição, que preconiza direitos iguais para todos. Inclusive para livre manifestação e para livre orientação sexual. Ele e seus 10 companheiros.
O deputado, é evidente, tem direito de pensar como quer. De defender o que acredita. De identificar-se com a pauta da bancada evangélica em todo País na defesa da família tradicional. Mas Eli Borges não representa todo o Tocantins. Nem os deputados que votaram a favor do trambolho.
Por mais que não queiram, já faz décadas que outros tipos de arranjos familiares surgiram. São tão legítimos quanto a família tradicional. Não são compostas, estas famílias, por uma casta inferior de gente. Por seres meio humanos. ou por cidadãos de segunda classe.
Abre parêntese. 
Na verdade, em matéria de amor ao próximo, base do Cristianismo, Eli e outros estariam melhor se seguissem o exemplo de Francisco, o Papa. Aquele vive no seu apostolado à frente da Igreja a tolerância que Jesus ensinou. 
Fecha parêntese.
Voltando aos representantes do povo, o que está evidenciado neste episódio é o empobrecimento da pauta naquela Casa. 
Quando o beijo de duas atrizes na terceira idade tem o poder de incomodar tanto, é de se pensar quão frágeis são estas pessoas para entender que de alguma forma a família tradicional brasileira está ameaçada. Será que imaginam que ver um beijo entre duas senhoras, muda a orientação sexual de alguém?
Tolerância, respeito à diversidade, igualdade. Tudo isto ficou fora da pauta da Assembleia nesta quinta-feira, 26. O que aconteceu na Casa do Povo, abrigo da legalidade, foi só uma amostra do que a ignorância, agregada à pauta religiosa pode fazer se misturada aos assuntos de Estado.
As outras pautas importantes que movimentam um Tocantins alquebrado e cheio de problemas ficaram para depois. 

A Assembléia ligou a sessão e a discussão na fraca novela das oito da Globo e produziu um documento de uma pobreza sem fim. A moção da miopia religiosa só atestou como é grande a intolerância de uns poucos em nome de todo o povo do Tocantins.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Que País é esse!?!!?!?

G1:


Ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque volta a ser preso

Renato Duque chega à sede da PF no Rio (Foto: Matheus Rodrigues/G1)


O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque voltou a ser preso nesta segunda-feira (16), quando teve início a décima fase da Operação Lava Jato.
Entre os crimes investigados nesta etapa estão associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude em licitação.
Duque foi preso na casa dele, no Rio de Janeiro. A Polícia Federal (PF) informou ter apreendido 131 obras de arte na residência do ex-diretor da estatal.
O empresário paulista Adir Assad, investigado na CPI do Cachoeira, e Lucélio Góes – filho de Mário Góes, um dos suspeitos de intermediar a propina paga pela empresa catarinense Arxo – também foram detidos. As três prisões são preventivas.
Também foram expedidos três mandados de prisão temporária contra Sueli Maria Branco, que segundo a Polícia Federal já faleceu, e contra Sônia Marisa Branco e Dario Teixeira Alves. Ao todo, a Justiça Federal do Paraná expediu 18 mandados nesta nova etapa da operação policial.

A prisão preventiva não tem data para terminar, dependendo de decisão judicial. Já a prisão temporária tem prazo de cinco dias.
De acordo com a superintendência da Polícia Federal no Paraná, Renato Duque será transferido do Rio para Curitiba, às 17h, em um voo de carreira.
A previsão é de que ele desembarque na capital paranaense por volta das 19h. Os suspeitos presos em São Paulo serão deslocados para o Paraná de carro. A previsão é de que eles cheguem no final da tarde a Curitiba.
Razões para prisão
No despacho, Sérgio Moro apresentou os motivos que o levaram a mandar prender Duque novamente. Segundo o juiz federal, o Ministério Público descobriu que Duque continuou lavando dinheiro mesmo depois da deflagração da Operação Lava Jato, em março do ano passado.
O magistrado afirmou na decisão que o ex-diretor de Serviços da Petrobras "esvaziou" suas contas na Suíça e enviou € 20 milhões para contas secretas no principado de Mônaco. O dinheiro, que não havia sido declarado à Receita Federal, acabou bloqueado pelas autoridades do país europeu.

Renato Duque, em imagem de dezembro de 2014,
ao sair da PF em Curitiba (Foto: GloboNews)
Ainda de acordo com o juiz, há indícios de que Renato Duque mantém outras contas correntes nos Estados Unidos e em Hong Kong.
O MP, que solicitou o bloqueio dos recursos em Mônaco, acredita que Duque transferiu o dinheiro para o principado e para outros países por receio de que o dinheiro fosse apreendido, como ocorreu com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da petroleira Paulo Roberto Costa.
"Os indícios são de que Renato Duque, com receio do bloqueio de valores de suas contas na Suíça, como ocorreu com Paulo Roberto Costa, transferiu os fundos para contas no Principado de Mônaco, esperando por a salvo seus ativos criminosos", diz o magistrado no documento.
Na decisão, Sérgio Moro afirmou que a quantia apreendida em Mônaco, e não declarada ao fisco, é "incompatível" com os rendimentos de Duque na Petrobras.
O juiz responsável pela Lava Jato na primeira instância destacou no despacho que a prisão de Duque se justifica para evitar o crime de lavagem e a transferência do dinheiro para outras contas, o que dificultaria o rastreamento e a recuperação dos recursos.
Nova fase da Lava Jato
A PF cumpre 18 mandados desde as 6h desta segunda no Rio de Janeiro e em São Paulo. Segundo a corporação, foram expedidos três mandados de prisão preventiva e três de prisão temporária, além de 12 mandados de busca e apreensão. Todos os presos serão levados para o Paraná.
Em janeiro, o procurador Rodrigo Janot enviou documento ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a revogação do habeas corpus de Duque – concedido pelo ministro. Janot considerava que Duque poderia fugir do país. O ex-diretor havia sido preso na sétima fase da operação, em dezembro, mas conseguiu um alvará de soltura dias depois.
A décima fase da operação foi batizada de "Que país é esse?" e conta com 40 policiais federais. O nome é uma referência irônica a Duque que, segundo a PF, ao ser preso pela primeira vez, questionou por telefone seu advogado, indignado com a ordem judicial, "que país é esse?".
Propina
O ex-diretor da estatal foi apontado por dois delatores da Lava Jato como um dos funcionários da Petrobras que recebiam propinas de empresas que firmavam contratos com a petroleira.
O nome dele aparece em depoimentos de Paulo Roberto Costa e de Pedro Barusco, que era gerente de Serviços e subordinado de Duque na estatal. O doleiro Alberto Youssef também citou o nome de Duque em depoimentos referentes aos desvios da Petrobras.
Defesas
James Walker Junior, advogado de Lucelio Góes, disse que ele já está preso na Superintendência da PF, na Zona Portuária do Rio. Ele diz que Góes ficou surpreso com o mandado de prisão.
"Neste momento, ele não tem nada a dizer, foi pego de surpresa. No nosso entendimento, ele foi preso por ser filho do Mario Góes, que está preso em Curitiba. Vamos tomar todas as medidas necessárias para reverter esse quadro de prisão", disse o advogado.
Alexandre Lopes de Oliveira, que representava Duque à época da primeira prisão do ex-diretor, foi procurado pelo G1, mas não foi encontrado.
(*) Colaboraram o G1, em Brasília, o G1 PR e o G1 Rio.

Arte - Operação Lava Jato - 10ª fase (Foto: Arte/G1)


domingo, 15 de março de 2015

O Brasil Democrático!!




 Protesto contra governo Dilma fecha Avenida Paulista, em São Paulo

Masp, protesto, manifestação, contra Dilma (Foto: J. Duran Machfee/Estadão Conteúdo)
A Avenida Paulista foi interditada para o trânsito desde o começo da tarde deste do domingo (15) por causa de protesto contra o governo convocado por grupos nas redes sociais. De acordo com a PM, por volta das 14h40 cerca de 240 mil pessoas ocupavam a Avenida Paulista.

Os atos foram convocados por grupos que se organizaram na capital paulista e que convocaram o movimento também em outros estados e no Distrito Federal.
Na cidade de São Paulo, a PM também informou que 30 caminhões transitavam lentamente pela Marginal Pinheiros. O protesto dos caminhoneiros é acompanhado pelos policiais militares.
Ainda segundo a PM, na Grande São Paulo e no ABC também houve manifestações. Cerca de 1 mil pessoas protestavam na Praça Getúlio Vargas, em Guarulhos, por volta das 12h. Em São Caetano do Sul, também segundo a PM, 300 pessoas caminhavam pela Avenida Goiás no mesmo horário. Já em Osasco, ao meio-dia,  40 pessoas protestavam em frente á prefeitura de Osasco.
  •  

Aglomeração começa a se formar sob o vão e em frente ao Masp, na Avenida Paulista, para protesto contra a corrupção (Foto: Reprodução/TV Globo)

Com nariz de palhaço e batendo em uma panela, manifestante grita durante protesto na Avenida Paulista, em São Paulo (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Manifestante vestido com as cores do Brasil e dos EUA posa na Avenida Paulista na concetração antes do protesto em São Paulo (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Ato na Paulista: carros de som
Na Avenida Paulista, ao menos quatro movimentos pretendiam colocar carros de som entre a Avenida Brigadeiro Luís Antônio e a Rua da Consolação. O movimento "Vem Pra Rua" previa se posicionar em frente à estação Trianon-Masp do Metrô.

Já o grupo "Revoltados Online" iria se posicionar em frente à sede da Petrobras. Os líderes do "S.O.S. Forças Armadas - Intervenção Militar" pretendia se posicionar entre as ruas Augusta e Frei Caneca. O Movimento Brasil Livre pretendia ficar na região do Masp.
Logo no começo do ato, manifestantes cantaram o hino nacional (veja vídeo abaixo). Não há previsão de deslocamento do grupo, que deve ficar na Avenida Paulista.
Entre os manifestantes esteve Emílio Carlos Lourenço, 58 anos, que comprou uma camiseta preta com frases de protesto e ele se diz a favor do impeachment. "Não tem como ela [Dilma] não saber o que estava acontecendo. Eu participei do fora Collor. Todos tem que ser investigados e punidos", disse.