segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Bemba et al. case: Trial Chamber VII delivers its re-sentencing decision

©ICC-CPI
Today, 17 September 2018, Trial Chamber VII of the International Criminal Court ("ICC" or "Court") delivered the sentences against  Jean-Pierre Bemba Gombo, Aimé Kilolo Musamba and Jean-Jacques Mangenda Kabongo following the ICC Appeals Chamber Judgment that had reversed the initial sentences against them and remanded the matter to Trial Chamber VII for a new determination. The convictions and acquittals in relation to all five accused are final.
In its new decision, Trial Chamber VII sentenced M. Bemba to one year imprisonment and fined him EUR 300,000. M. Kilolo and M. Mangenda were sentenced each to a total of 11 months of imprisonment. M. Kilolo was also fined EUR 30,000. The Chamber ordered the deduction from the convicted persons' sentence of the time they have spent in detention, pursuant to an order of the Court and, accordingly, considered the sentences of imprisonment as served. The fines were ordered to be paid to the Court within 3 months of its decision and thereafter transferred to the Trust Fund for Victims
In reaching its sentencing decision, Trial Chamber VII noted the reversal of the convictions for one offence (presenting evidence that a party knows is false or forged under article 70(1)(b) of the Statute) and considered holistically, among other factors: (i) the gravity of the offences for which the convicted persons were found responsible, (ii) their role in the attempt to obstruct the investigation of the offences, as well as (iii) their individual degree of participation and intent. It also placed special emphasis on the deterrent effects related to the fact that the three convicted persons have been imprisoned for significant periods of time in the present case, which has had significant effects on their professional reputations, financial circumstances, and family circumstances. 
Trial Chamber VII is composed Judge Bertram Schmitt, Presiding Judge, Judge Marc Perrin de Brichambaut and Judge Raul Pangalangan. 
Background: On 19 October 2016, Jean-Pierre Bemba Gombo, Aimé Kilolo Musamba, Jean-Jacques Mangenda Kabongo, Fidèle Babala Wandu and Narcisse Arido were found guilty of offences against the administration of justice related to intentionally corruptly influencing witnesses and soliciting false testimonies of defence witnesses in the other case against Mr Bemba at the ICC. On 22 March 2017, Trial Chamber VII delivered the sentences in the case.
For further information on the case, click here
"Ask the Court" audio-visual programme:

CNMP anuncia selecionados para auxiliar promotores do Congo em processos de crimes sexuais e homicídios

banner editalA Presidência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Defesa Coletiva, tornou públicos, nesta quarta-feira, 5 de setembro, os nomes dos três membros do Ministério Público selecionados para os cargos de consultor(a) judicial civil para a Missão da Organização das Nações Unidas (ONU) de Estabilização da República Democrática do Congo (Monusco).
Os selecionados foram o promotor de Justiça do Estado de Tocantins João Edson de Souza, o procurador de Justiça de São Paulo Luiz Roberto Salles e a promotora de Justiça da Bahia Lívia Maria Santana e Sant’ Anna Vaz. Eles vão auxiliar promotores congoleses no processamento de graves crimes na República Democrática do Congo, particularmente crimes sexuais e homicídios, e apoiar a capacitação dos profissionais, pelo período de 12 meses, passíveis de extensão.
A seleção teve como base convite feito pelo Secretariado das Nações Unidas aos estados membros para indicarem consultores(as) judiciais civis, como promotores, juízes, advogados e consultores legais para a Missão da ONU de Estabilização da República Democrática do Congo.
Os selecionados tiveram que comprovar fluência no idioma francês e experiência de ao menos cinco anos na atuação criminal.

CNMP seleciona membros do MP para auxiliar promotores do Congo em processos de crimes sexuais e homicídios

banner editalA Presidência do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Defesa Coletiva, abriu processo seletivo para selecionar três membros do Ministério Público interessadas e interessados na indicação de candidatura ao cargo de consultor(a) judicial civil para a Missão das Organização das Nações Unidas (ONU) de Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO).
A finalidade é selecionar membros do Ministério Público para auxiliar promotores congoleses no processamento de graves crimes na República Democrática do Congo, particularmente crimes sexuais e homicídios, e apoiar a capacitação dos profissionais, pelo período de 12 meses, passíveis de extensão.
De acordo com o Edital nº 3/2018, assinado pela presidente do CNMP, Raquel Dodge, e publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira, 21 de agosto, os interessados e interessadas devem encaminhar, até as 12 horas da próxima segunda-feira, 27 de agosto, documentação que comprove os requisitos básicos para a indicação de candidatura ao cargo: fluência no idioma francês e experiência de ao menos cinco anos na atuação criminal. Os documentos deverão ser enviados para o e-mail presidencia@cnmp.mp.br, com o assunto: “Consultor(a) judicial civil, para a Missão da Organização das Nações Unidas de Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO)
Serão selecionados(as) os membros do MP que comprovarem maior tempo de experiência na atuação criminal. Em caso de empate, será aplicado o critério de antiguidade na respectiva carreira. Além disso, a indicação fica condicionada à anuência da chefia institucional de origem do respectivo membro.
A seleção tem como base convite feito pelo Secretariado das Nações Unidas aos estados membros para indicarem consultores(as) judiciais civis, como promotores, juízes, advogados e consultores legais para a Missão da ONU de Estabilização da República Democrática do Congo (MONUSCO).
Conforme consignado na solicitação encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Secretariado das Nações Unidas encoraja a designação de mulheres para as vagas ofertadas. Assim, ao menos uma das indicações de candidatura será preferencialmente conferida a membro do Ministério Público do sexo feminino.
Veja aqui a íntegra do edital.

domingo, 26 de agosto de 2018

Entrevista - Yuval Noah Harari

Entrevista interessante ...

https://elpais.com/elpais/2018/08/20/eps/1534781175_639404.html

Yuval Noah Harari, el autor de ‘Sapiens’: “La tecnología permitirá ‘hackear’ a seres humanos”

Este historiador israelí de 42 años que ha vendido cerca de 15 millones de libros en todo el mundo se ha convertido en uno de los pensadores del momento. Es el autor del fenómeno Sapiens, provocador ensayo sobre cómo los humanos llegaron a conquistar el planeta. Ahora regresa a las librerías con 21 lecciones para el siglo XXI y nos recibe en Tel Aviv para conversar sobre los peligros del avance tecnológico descontrolado, el fascismo y las noticias falsas.
Hace 10 años, Yuval Noah Harari era un desconocido profesor de la Universidad Hebrea de Jerusalén. Nada en su carrera académica —especializada en historia mundial, medieval y militar— hacía pensar que se convertiría en uno de los pensadores de moda. Lleva vendidos cerca de 15 millones de ejemplares de sus ensayos en todo el mundo, se pasea por los foros de debate más prestigiosos, sus libros son recomendados por Bill Gates, Mark Zuckerberg y Barack Obama, y líderes políticos como Angela Merkel y Emmanuel Macron abren huecos en sus agendas para intercambiar ideas con él. A este israelí de aspecto menudo la fama le llegó de forma inesperada con un original y provocador ensayo sobre la historia de la humanidad. Sapiens. De animales a dioses (Debate) triunfó primero en Israel al ser publicado en 2011 y luego en todo el mundo, con 45 traducciones. El 30 de agosto, el historiador publica su tercer libro, 21 lecciones para el siglo XXI, una guía para afrontar las turbulencias del presente.
Harari, de 42 años, es vegano, medita dos horas diarias y no tiene smartphone. Reside cerca de Jerusalén en un moshav, un tipo de comunidad-cooperativa rural formada por pequeñas granjas individuales que fue promovida durante el siglo XX para albergar a los inmigrantes judíos. ¿Cómo es vivir en un sitio así? Sonríe. “No tiene nada de especial, en realidad ahora es un barrio residencial tan normal como cualquier otro”, aclara. Pero Harari no abre las puertas de su casa para la entrevista, organizada por Debate con motivo del lanzamiento mundial del nuevo libro (en catalán será publicado por Edicions 62). El encuentro tiene lugar en un luminoso ático del centro de Tel Aviv que utiliza como base de operaciones en la ciudad. En los primeros minutos le acompaña su marido, Itzik Yahav, su mano de derecha en temas económicos y de promoción, aunque le deja solo cuando empiezan las preguntas. Se casaron en Canadá porque Israel solo reconoce los matrimonios civiles, sean entre personas del mismo sexo o no, si se han celebrado en el extranjero.
El historiador se crio en Haifa (norte del país) en el seno de una familia laica con orígenes en Europa del Este. En 2002 se doctoró en la Universidad de Oxford (Reino Unido) y, después, empezó a dar clases en Jerusalén. La inspiración para escribir Sapiens surgió de un curso de introducción a la historia mundial que impartió él porque sus colegas más veteranos no aceptaron el encargo. De los meses de investigación que dedicó para escribirlo aprendió muchas cosas, pero una de las que le marcaron fue el uso despiadado que, en su opinión, el humano hace de los animales para su propio beneficio. Desde entonces basa su dieta en alimentos de origen vegetal.
Tras el éxito de Sapiens, publicó Homo Deusun viaje a un futuro dominado por la tecnología, que también fue bastante bien recibido en las librerías. Falta por ver qué pasa con su nuevo libro, que como el mismo Harari ha explicado está inspirado en artículos suyos publicados en varios periódicos y debates que han surgido durante las conferencias que ha pronunciado y las entrevistas que ha concedido. En él aparecen temas de sus libros anteriores, pero si el primer ensayo se centraba en el pasado y el segundo en el futuro, el tercero se ocupa del presente.
“El fenómeno del gurú puede ser peligroso. Espero que mucha gente lea mis libros, pero no porque sea un gurú que tiene las respuestas, porque no las tengo”
Ejemplares de sus libros traducidos a varios idiomas se amontonan en la mesita de centro del salón de la oficina de Harari en Tel Aviv. El historiador comenta, en un inglés fluido con acento hebreo, que le parece especialmente curiosa una versión en japonés que resultó tan larga que se tuvo que publicar en dos tomos. Su perro, llamado Pengo, grande y peludo, dormita sobre el suelo de madera del apartamento, mientras Harari, amable en todo momento y muy paciente mientras posa para los retratos, sirve a los invitados unos vasos de agua fresca para aliviar los efectos del calor húmedo que invade la calle en pleno julio.
Siete años después de su publicación, Sapiens sigue apareciendo en las listas de los más vendidos. Ridley Scott ha anunciado sus planes para adaptarlo al cine. ¿Por qué el libro ha logrado interesar a tanta gente?Nuestras vidas son moldeadas por cosas que pasan al otro lado del mundo, ya sea la economía china, la política americana o el cambio climático. Pero la mayoría de los sistemas educativos siguen enseñando la historia como algo local. La gente quiere tener una perspectiva más amplia de la historia de la humanidad. Además, es un libro bastante accesible, con un estilo sencillo, que no está escrito para lectores especializados. Y, claro está, hay que tener en cuenta el trabajo de mi marido y de toda la gente que trabaja con nosotros, porque una cosa es saber escribir un libro y otra promocionarlo.
¿Qué impacto ha tenido el éxito en su vida? La popularidad es muy agradable. ¿Quién no quiere tener éxito, que la gente lea sus libros, tener influencia? Pero tiene un lado negativo. Tengo menos tiempo para leer, investigar y escribir, porque viajo mucho, doy entrevistas y cosas así… También existe el riesgo de que se te suba a la cabeza, de que tu ego crezca y te conviertas en una persona desagradable. Empiezas creyéndote muy listo y que todos deberían enterarse de lo que dices. Cuando la gente empieza a escuchar demasiado a una persona, no es bueno para nadie. Ya sea en política, en religión o en ciencia. El fenómeno del gurú puede ser peligroso. Espero que mucha gente lea mis libros, pero no porque sea un gurú que tiene todas las respuestas, porque no las tengo. Se trata de las preguntas.
¿Qué preguntas son importantes para usted? El mayor problema político, legal y filosófico de nuestra época es cómo regular la propiedad de los datos. En el pasado, delimitar la propiedad de la tierra fue fácil: se ponía una valla y se escribía en un papel el nombre del dueño. Cuando surgió la industria moderna, hubo que regular la propiedad de las máquinas. Y se consiguió. Pero ¿los datos? Están en todas partes y en ninguna. Puedo tener una copia de mi historial médico, pero eso no significa que yo sea el propietario de esos datos, porque puede haber millones de copias de ellos. Necesitamos un sistema diferente. ¿Cuál? No lo sé. Otra pregunta clave es cómo conseguir una mayor cooperación internacional.
Sin esa mayor cooperación global, argumenta en su último libro, es complicado afrontar los retos del siglo. Nuestros tres principales problemas son globales. Un solo país no puede arreglarlos. Hablo de la amenaza de una guerra nuclear, del cambio climático y de la disrupción tecnológica, en especial el auge de la inteligencia artificial y la bioingeniería. Por ejemplo, ¿qué podría hacer el Gobierno español contra el cambio climático? Aunque España se convirtiera en el país más sostenible y redujera sus emisiones a cero, sin la cooperación de China o Estados Unidos, no serviría de mucho. En cuanto a la tecnología, aunque la UE prohíba experimentar con los genes de una persona para diseñar superhumanos, si Corea o China lo realizan, ¿qué haces? Es probable que Europa acabara creando seres superinteligentes para no quedarse atrás. Es difícil ir en la dirección contraria.
Harari, en un apartamento que utiliza como oficina en Tel Aviv. 
En Sapiens, argumenta que la cooperación a gran escala es una de las grandes especialidades humanas. Los chimpancés, por ejemplo, solo cooperan con aquellos de su especie a los que conocen personalmente. Quizás 150 como mucho. Los humanos somos capaces de cooperar con millones de humanos, sin conocerlos. Y es gracias a esta capacidad para creer en los relatos. Relatos económicos, nacionalistas, políticos, religiosos… El dinero, por ejemplo, trabajamos a cambio de euros, confiamos en ello, pero un simio nunca te dará un plátano a cambio de un pequeño papel verde.
¿Cómo entender el mundo actual? Está cambiando de una forma tan rápida que resulta cada día más difícil comprender lo que está pasando. Nunca habíamos vivido de una manera tan acelerada. A lo largo de la historia los humanos no sabíamos con exactitud qué iba a pasar en 20 o 30 años, pero podíamos adivinar lo básico. Si vivías en Castilla en la Edad Media, en dos décadas pasaban muchas cosas (quizás la unión con Aragón, la invasión árabe…), pero el día a día de la gente seguía siendo más o menos el mismo. Ahora no tenemos ni idea de cómo será el mercado de trabajo y las relaciones familiares en 30 años, que no es un futuro tan lejano. Esto crea una confusión enorme.
¿Cuál es la reacción ante esto? El futuro es tan incierto que la gente busca certezas, se centran en las historias que conocen y que les ofrecen la promesa de una verdad invariable. El cristianismo, el nacionalismo… Y no tiene sentido. ¿Cuántos años tiene el cristianismo? Dos milenios no son nada comparado con la historia total de la humanidad. Además, las religiones tradicionales no tienen soluciones para los problemas de hoy: la Biblia no dice nada de la inteligencia artificial, sobre ingeniería genética o el cambio climático.
Hay una vuelta al nacionalismo. ¿Hasta qué punto es peligrosa? En principio, creo que no hay nada malo con el nacionalismo cuando es moderado. Permite que millones de desconocidos compartan un sentimiento, puedan cooperar, a veces para hacer la guerra, pero sobre todo para crear una sociedad. Yo pago impuestos y el Estado dedica el dinero a proporcionar servicios a todos, aunque no los conozcamos. Y eso es muy bueno. Pero conviene saber que el nacionalismo se convierte en fascismo cuando te dicen que tu nación no es solo única, sino superior, que es más importante que ninguna otra cosa en el mundo. Y no tienes obligaciones especiales con tu país, sino que son exclusivas con tu nación, con nadie más, ni tu familia, ni la ciencia, ni el arte… ni el resto de la sociedad. Así, la forma de juzgar si una película es buena reside, únicamente, en si sirve a los intereses de la nación. Es la manera fascista de ver las cosas.
¿Por qué el fascismo sigue resultando atractivo? No sé cómo se enseña en España, pero en Israel se presenta el fascismo como un monstruo terrible. Creo que es un error, porque como todo mal tiene una cara amable y seductora. El arte tradicional cristiano ya representaba a Satanás como un hombre atractivo. Por eso es tan difícil resistir las tentaciones del mal y, por supuesto, del fascismo. ¿Cómo es posible que millones de alemanes apoyaran a Hitler? Se dejaron llevar porque les hacía sentir especiales, importantes, bellos. Por eso es tan atractivo. ¿Qué pasa cuando la gente empieza a adoptar puntos de vista fascistas? Que como les han dicho que el fascismo es un monstruo, les cuesta reconocerlo en los demás y en sí mismos. Cuando se miran al espejo, no ven a ese monstruo terrible, sino algo hermoso. No soy un fascista, se dicen.
“No tener smartphone es símbolo de estatus. Muchos poderosos no tienen uno. Lo nuevo es protegerse contra los ladrones que quieren retener nuestra atención”
El Parlamento israelí ha aprobado una ley que habla de la “nación judía” que ha sido muy criticada sobre todo por los ciudadanos árabes que viven aquí. En el libro asegura que en su país se ha exagerado la influencia real del judaísmo en la historia. Mucha gente tiene una imagen exagerada de sí misma como individuos y como colectivo. Pongo el ejemplo de Israel porque es un país que conozco. Muchos israelíes creen que el judaísmo es la cosa más importante que ha pasado en la historia. Les molestan mucho las críticas sobre lo que está haciendo Israel en los territorios ocupados. Tienen una imagen muy distorsionada del lugar que ocupan en el mundo y de lo que los israelíes están haciendo ahora en un contexto global. Aquí es muy difícil hablar de ello sin que te tachen de traidor. Sobre la ley de la “nación judía”, estoy orgulloso de ser israelí, pero en mi país se están restringiendo algunos derechos.
¿Qué es lo que más le preocupa de la tecnología? Los partidos fascistas en los años treinta o el KGB soviético controlaban a la gente. Pero no podían seguir a todos los individuos personalmente ni manipularlos individualmente porque no tenían la tecnología. Nosotros empezamos a tenerla. Gracias al big data, la inteligencia artificial y el aprendizaje automatizado, por primera vez en la historia empieza a ser posible conocer a una persona mejor que ella misma, hackear a seres humanos, decidir por ellos. Además, empezamos a tener el conocimiento biológico necesario para entender qué está pasando en su interior, en su cerebro. Tenemos cada vez una mayor comprensión de la biología. El gran tema son los datos biométricos. No se trata solo de los datos que dejas cuando haces clic en la web, lo que dices o adónde vas, sino de los datos que dicen qué pasa en el interior de tu cuerpo. Como la gente que utiliza aplicaciones que reúnen información constante sobre la tensión arterial y las pulsaciones. Ahora un Gobierno puede seguir esos datos y, con el suficiente poder informático, se puede llegar a un punto en que me entienda mejor que yo a mí mismo. Con esa información, puede fácilmente empezar a manipularme y controlarme de la forma más efectiva que se ha visto nunca.
ampliar foto
Harari acaricia a Pengo, un perro mestizo que él y su marido recogieron de la calle. 
¿Eso no suena un poco a ciencia-ficción? Ya estamos viendo cómo la propaganda se diseña de forma individual, porque existe suficiente información sobre cada uno de nosotros. Si quieres crear mucha tensión dentro de un país en relación con la inmigración, pones a unos cuantos hackers y trolls a difundir noticias falsas personalizadas. A la persona partidaria de endurecer las políticas de inmigración le mandas una noticia sobre refugiados que violan a mujeres. Y lo admite porque tiene tendencia a creer esas cosas. En cambio, a su vecina, que piensa que los grupos antimigrantes son fascistas, le envían una historia sobre blancos dando palizas a refugiados, y se inclinará a creerlo. Así, cuando se encuentran en el portal de casa, están tan cabreados que no pueden mantener una discusión tranquila. Esto pasó en las elecciones de Estados Unidos de 2016 y en la campaña del Brexit.
Dan ganas de irse a vivir a Marte…, de aislarse. ¿Cómo concentrarse en lo importante? La atención es un recurso muy disputado y está vinculado a los datos. Todo el mundo quiere atraer tu atención. El modelo de la industria informativa ha sido completamente distorsionado. Ahora el patrón básico es que recibes la mayoría de las noticias supuestamente gratis (sean reales o falsas), pero en realidad lo haces a cambio de tu atención, y esta se vende a otros. El nuevo símbolo de estatus es la protección contra los ladrones que quieren captar y retener nuestra atención. No tener un smartphone es un símbolo de estatus. Muchos poderosos no tienen uno.
Pero parece que Donald Trump tiene un móvil inteligente, al menos se pasa el día tuiteando. Usted también tiene cuenta en Twitter desde enero de 2017. Hay gente que me gestiona la cuenta. Me parece que las redes sociales esclavizan mucho. Si quieres estar de verdad en ellas, no puedes tuitear algo una vez al mes. Tienes que hacerlo todo el tiempo. ¡Yo no tengo tantas cosas que decir en Twitter!
¿Cómo se organiza para mantener su atención a salvo de secuestradores? Intento limitar los tiempos. Empiezo el día con una hora de meditación. Después de desayunar miro los correos electrónicos e intento responder a todos. Que quede la bandeja de entrada a cero, porque, si lo dejo para luego, se me atragantan. Después, intento no mirar el correo todo el tiempo. Como no tengo smartphone, no recibo notificaciones, ni tengo la tentación de entrar en Internet para leer cualquier cosa. Simplemente, cojo un libro y lo leo. Una o dos horas. Solo hago eso. Si tengo que escribir, escribo. La práctica de meditación me ayuda a mantener la concentración.
Dicen que se enteró de la victoria de Donald Trump varias semanas después porque estaba en un retiro meditando. Efectivamente… Me enteré algunas semanas después.
¿Cree que la promoción del nuevo libro le dejará tiempo para ir a un retiro este año? ¡Por supuesto! Nunca falto. Me voy 60 días a India en diciembre.

domingo, 19 de agosto de 2018

Venezuela e Nicaragua ... e um Brasil despreparado para cumprir seu papel na America Latina ...


CF de 1988 ... Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
 IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
 X - concessão de asilo político.
 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações


A realidade é outra, bem diferente ...


El éxodo de Venezuela y Nicaragua provoca brotes xenófobos en la región

La presión migratoria en países en delicado equilibrio está originando una situación muy compleja desde el punto de vista de la seguridad

La llegada a los países vecinos de miles de venezolanos y nicaragüenses que huyen de la crisis en sus respectivos países ha originado los primeros brotes de xenofobia y exacerbado las tensiones regionales. Brasil enviará tropas a su frontera con Venezuela tras la violenta expulsión de venezolanos de una ciudad fronteriza. Ecuador limita desde el fin de semana su entrada, una medida que Perú aplicará el sábado tras la llegada, la semana pasada, de 20.000 venezolanos. En Costa Rica una protesta xenófoba contra la presencia de nicaragüenses sacó el sábado a la calle a centenares de personas, algunas con esvásticas. La ONU estima que 2,3 millones de venezolanos han huido de su país.

Cientos de miles de venezolanos han cruzado las fronteras terrestres hacia Brasil y Colombia en los últimos meses para intentar escapar de la crisis económica, política y social que vive su país. Colombia ha dado residencia temporal a más de 800.000. Centenares emprenden cada día una trayectoria terrestre para alcanzar Perú, Chile, Argentina e incluso Uruguay. Perú, que desde hace dos años les otorga un permiso temporal de trabajo, estima que casi 400.000 venezolanos se han establecido en su territorio desde hace un año. El pico fue el 11 de agosto pasado, cuando entraron en un solo día 5.100.
En Ecuador, según datos del Ministerio del Interior, al menos un millón de venezolanos ha cruzado la frontera común, si bien los que permanecen en el país son unos 250.000. Ante las críticas, Quito ha eliminado la exigencia de pasaporte para el ingreso en el país de niños y adolescentes venezolanos siempre que lleguen acompañados de sus padres o tutores con el citado documento. Las restricciones administrativas tuvieron un efecto inmediato y ya el sábado se registró poca afluencia de venezolanos en la frontera entre Ecuador y Colombia, cuando entró en vigor la exigencia de presentar el pasaporte. “Ya no hay venezolanos esperando en Rumichaca”, informó la televisión ecuatoriana Teleamazonas, en referencia al paso fronterizo entre Ecuador y Colombia.
Paralelamente, la crisis desatada en Nicaragua desde mediados de abril —una ola de protestas antigubernamentales duramente reprimida por fuerzas de seguridad y grupos armados al servicio del régimen— ha provocado el éxodo de miles de nicaragüenses, la mayor parte de los cuales se ha refugiado en Costa Rica. No hay datos oficiales del número real de llegadas, porque muchos de ellos entran por veredas, como se llaman los pasos informales en la frontera entre los dos países, pero en los cantones fronterizos su presencia resulta cada vez más visible.
La presión migratoria de venezolanos y nicaragüenses en países en delicado equilibrio a causa de la crisis económica y el aumento de la criminalidad está originando una situación muy compleja desde el punto de vista de la seguridad. La ciudad de Paracaima, en el Estado de Roraima (norte de Brasil, frontera con Venezuela), se ha convertido en una bomba de relojería. La localidad, de 16.000 habitantes, es la puerta de entrada de los venezolanos que huyen del régimen de Nicolás Maduro. Por ahí han llegado en los últimos meses más de 40.000 venezolanos y muchos de ellos —un millar, según distintas fuentes— se alojan en tiendas repartidas por la ciudad. El sábado, después de que un comerciante local fuera asaltado y agredido por cuatro venezolanos, según la versión de la policía local, la población reaccionó con una protesta en contra de los migrantes presentes la ciudad. Los manifestantes destruyeron sus tiendas de campaña, quemaron sus pertenencias y atacaron a los venezolanos con piedras y artefactos incendiarios artesanales. Los vídeos de los incidentes publicados en las redes sociales muestran el nivel de crispación general. “No aguantamos más a estos bandidos, que están robando nuestras casas y molestando a nuestras mujeres”, gritaba un hombre en una grabación. En otro vídeo se ve a varias personas arrojando gasolina a las tiendas de los venezolanos al grito de “vamos a prenderos fuego”. Al menos 1.200 venezolanos han abandonado Brasil en las últimas horas a raíz de los incidentes de Paracaima. El Gobierno brasileño convocó ayer una reunión para analizar los hechos.

Traslado a otras ciudades

Antes abierta a la llegada de venezolanos, que solían cruzar la frontera para comprar en sus tiendas, Paracaima es hoy una ciudad asustada por el creciente flujo migratorio desde el país vecino. Parte de los venezolanos busca oportunidades de trabajo allí y otros continúan viaje hacia Boa Vista, capital de Roraima, a 200 kilómetros de distancia. En febrero, el presidente de Brasil, Michel Temer, admitió la vulnerabilidad de los extranjeros y anunció medidas de ayuda, además de proponer llevarlos a otras ciudades del interior del Estado y otros Estados como São Paulo, a 3.500 kilómetros de Roraima. Las buenas intenciones, sin embargo, parecen haberse quedado por el camino, según Camila Astano, de la ONG Conectas Derechos Humanos. “El Gobierno se comprometió a trasladar a 18.000 venezolanos a otras ciudades y hasta el momento solo se ha evacuado a 800”, dice Astano, para quien los sucesos de Paracaima subrayan que es la escasa respuesta del Gobierno la que está alimentando la xenofobia y la crispación de los locales.
A dos meses de las elecciones que renovarán la presidencia y el Congreso, la crisis con los venezolanos puede acabar siendo utilizada políticamente. “Algunos candidatos han defendido que se cierre la frontera con Venezuela, que es algo inconstitucional”, denuncia Astano. La Orden de los Abogados de Brasil (OAB) también ha alertado del riesgo de nuevos incidentes. “Está claro que el problema se agrava por la inoperancia de las autoridades. Lo que era una cuestión humanitaria ahora tiene una fuerte connotación de seguridad”, dijo Claudio Lamachia, presidente de OAB.
Mientras, países como Ecuador y Perú han endurecido los requisitos de entrada para intentar frenar el aluvión de llegadas. Desde este fin de semana Ecuador solicita el pasaporte en vigor a cualquier venezolano que quiera entrar al país; idéntica medida adoptará Perú desde el próximo sábado. Hasta ahora, los venezolanos podían entrar en los países andinos con su carné de identidad, dadas las dificultades de obtener un pasaporte en Venezuela. Desde hace dos años este trámite administrativo se ha convertido en una odisea por la carencia de materiales y porque la concesión de la cita se demora durante meses.
Otros países han comenzado a exigir visado a los venezolanos. Chile pide un certificado de antecedentes penales que debe emitir el Ministerio de Relaciones Interiores y Justicia de Venezuela, además de la obligatoriedad de que el pasaporte no expire en los siguientes 18 meses a la entrada. Además, el consulado venezolano en Chile ha comenzado a solicitar el pago de 50 dólares americanos por la compulsa de certificados de penales a sus ciudadanos, una cantidad desorbitada para la mayoría de los refugiados.

Éxodo nicaragüense

Entre Costa Rica y Nicaragua también ha aumentado la tensión. Desde que estalló la crisis en Managua —una oleada de protestas contra un proyecto de reforma de la Seguridad Social— se han recibido más de 23.000 solicitudes de asilo en Costa Rica, aunque muchas corresponden a nicaragüenses llegados con anterioridad a este éxodo, cuando la colonia nica representaba el 10% de la población del país, de 3,8 millones de habitantes. Según la agencia de la ONU para los refugiados (Acnur), es una demanda válida en los dos casos, el de los recién llegados y el de los radicados anteriormente, porque ahora estos últimos tendrían dificultades para regresar a su país.
Para acoger a los recién llegados se han habilitado dos albergues que prácticamente no se utilizan ya que la mayoría se hospedan en casas de familiares o conocidos gracias a la existencia de amplias y engrasadas redes de migrantes nicaragüenses que sirven de apoyo en los primeros momentos.
El progresivo incremento en el número de llegadas ha generado entre los costarricenses un rechazo muy patente en redes sociales y en los enfoques de algunos medios. Esas muestras de xenofobia alcanzaron su punto culminante en una marcha celebrada el sábado en el centro de San José, la capital. Espoleados por el malestar derivado del deterioro de las condiciones de vida y los servicios públicos, así como por una inseguridad al alza, cientos de costarricenses participaron en una manifestación xenófoba contra inmigrantes nicaragüenses convocada por las redes sociales, en la que se registraron ataques a los extranjeros. La policía practicó 44 detenciones y el decomiso de armas blancas y bombas caseras, pero aún no ha identificado a los organizadores. La turba se dirigió un parque donde al grito de “fuera, nicas” y “asaltantes” la emprendieron contra nicaragüenses. Entre los detenidos hay algunos con antecedentes penales y miembros de grupos radicales y de barras bravas del fútbol. La inédita y violenta manifestación ha disparado las alarmas en Costa Rica, un país que históricamente ha dado asistencia a personas que huyen de sus países.

Las noticias falsas expanden el odio al inmigrante

Un brote de noticias falsas antecedió la mayor manifestación xenofóbica que se registra en Costa Rica contra inmigrantes provenientes de su vecina Nicaragua. Perfiles anónimos en redes sociales o de usuarios particulares difundieron durante la última semana informaciones tergiversadas sobre supuestos privilegios que se estaban concediendo a inmigrantes nicaragüenses en Costa Rica. También acusaban a los recién llegados de quemar en estos días una bandera costarricense, con base en fotografías que en realidad corresponden a ciudadanos ticos en un concierto punk del año 2016. Algunas de estas informaciones falsas fueron desmentidas por las autoridades y por una sección del diario local La Nación sobre detección de noticias adulteradas, titulada "#NoComaCuento". Periodistas de esta sección detectaron las mentiras en al menos seis informaciones. Algunas de ellas se referían a presuntos favoritismos en ayudas sociales de parte de instituciones del Gobierno, lo que propicia el enojo en un sector de costarricenses que también demandan asistencia en vivienda o becas. Otras informaciones aludían a una supuesta liberación masiva de criminales en Nicaragua para que viajaran a Costa Rica, igualmente desmentida por el Gobierno local. Políticos y periodistas en las redes sociales también difunden el rumor sobre el presunto ingreso de nicaragüenses oficialistas para perseguir aquí a sus opositores o realizar actos para exacerbar la xenofobia y desviar en alguna medida la discusión política en Nicaragua. De esto tampoco hay indicio alguno, ha dicho el propio presidente Carlos Alvarado, que ha pedido prudencia en la difusión de información.

Novo software livre na consulta com advogados



Projeto interessantíssimo que permitirá a solução de problemas complexos na área do direito do consumidor ...


Neue Software in der unentgeltlichen Rechtsberatung

HU entwickelt Legal Tech für den Verbraucherschutz - Die „Humboldt Consumer Law Clinic“ erweitert ihre kostenlose Rechtsberatung

HU entwickelt Legal Tech für den Verbraucherschutz - Die „Humboldt Consumer Law Clinic“ erweitert ihre kostenlose Rechtsberatung
Bereits seit sechs Jahren bieten Studierende der Humboldt-Universität zu Berlin (HU) mit der „Humboldt Consumer Law Clinic“ (HCLC) kostenlose Rechtsberatung für Verbraucherrecht an. Doch das Angebot stößt aufgrund der hohen Nachfrage an seine Kapazitätsgrenzen. Jetzt starten die Wissenschaftlerinnen, Wissenschaftler und Studierenden ein Pilotprojekt: Mit der Entwicklung von Legal Tech-Software sollen in Zukunft dutzende, wenn nicht sogar hunderte Mandantinnen und Mandanten gleichzeitig kostenlos betreut werden. Damit wird erstmalig eine solche Software auf dem Gebiet des Verbraucherrechts in einer Universität in Deutschland entwickelt und mit Studierenden in der Praxis erprobt. Das Projekt ermöglicht zudem den beteiligten Studierenden das Sammeln von essentiellen praktischen Erfahrungen für ihr künftiges Berufsfeld. Hier sind in den nächsten Jahren gravierende Veränderungen zu erwarten, insbesondere in Bezug auf die Schnittstellen zwischen Technologie und Recht. Bereits im Oktober nehmen die Legal Tech-Teams ihre Arbeit auf. Im Sommer 2019 sollen dann die ersten Anwendungen kostenlos online angeboten werden können.
Programmiertechnische Unterstützung kommt vom Kooperationspartner RYTER. Das Unternehmen hat eine sogenannte No-Code-Plattform entwickelt, die es ihren Nutzerinnen und Nutzern ermöglicht, komplexe Entscheidungsprozesse und Workflows zu digitalisieren und zu automatisieren, ganz ohne Programmierkenntnisse. Das Unternehmen stellt die Software für Universitäten und NGOs kostenlos zur Verfügung; einzige Bedingung: Die entwickelten Anwendungen müssen öffentlich und kostenfrei zugänglich sein.

Über die Humboldt Consumer Law Clinic

Die Humboldt Consumer Law Clinic ist ein Projekt für die Studierenden der HU. Die Studierenden werden kontinuierlich in kleinen Gruppen von erfahrenen Juristinnen und Juristen betreut und angeleitet. In der pro bono Rechtsberatung engagieren sich Studierende, Mitarbeiterinnen und Mitarbeiter ebenso wie Professorinnen und Professoren.

Weitere Informationen


Kontakte

Prof. Dr. Reinhard Singer
Juristische Fakultät der
Humboldt-Universität zu Berlin

Tel: : 030 2093-3542

Dennis Christian Fordan
Juristische Fakultät der
Humboldt-Universität zu Berlin

Tel.: 030 2093-3455

Nuri Khadem-Al-Charieh
Forschungsinstitut für IuK-Technikrecht
Humboldt-Universität zu Berlin

Pressekontakt

Hans-Christoph Keller
Pressesprecher der Humboldt-Universität zu Berlin

Tel.: 030 2093-2677

domingo, 12 de agosto de 2018

Chega de veneno em nossas lavouras - Fabricante de agrotóxicos é condenada a pagar mais de R$ 1 bilhão


A liberação pela Anvisa não impede que acordos coletivos e ações coletivas impeçam que trabalhadores tenham que entram em contato com o veneno ... da mesma forma que indenizações podem ser buscadas quando o trabalhador sofrer danos físicos pela exposição ao veneno ...


Fabricante de agrotóxicos é condenada a pagar mais de R$ 1 bilhão a americano que teve câncer

  • AFP
    Herbicidas contendo glifosato são muito usados por agricultores
    Herbicidas contendo glifosato são muito usados por agricultores
A companhia Monsanto, gigante da indústria química e do agronegócio, foi condenada pela Justiça americana a pagar US$ 289 milhões (R$ 1,1 bilhão) a um homem com câncer.
O jardineiro Dewayne Johnson afirma que sua doença foi causada por herbicidas da empresa.
Em um caso emblemático, um tribunal do júri na Califórnia considerou que a Monsanto sabia que seus herbicidas "Roundup" e "RangerPro", que contém glifosato, eram perigosos e falhou em alertar os consumidores.
O processo foi o primeiro alegando que agrotóxicos com glifosato causam câncer a ir a julgamento.
A Monsanto nega que a substância esteja ligada à doença e afirma que vai recorrer da decisão. A Bayer AG, empresa farmacêutica que é dona da Monsanto, também nega que a substância seja cancerígena.
Reuters
O glifosato é um dos herbicidas mais usados no mundo
O processo é um de 5 mil casos similares em andamento nos EUA.
Johnson foi diagnosticado com um linfoma em 2014. Seus advogados dizem que ele usava o agrotóxico "Ranger Pro", da Monsanto, em seu trabalho em uma escola na Califórnia.
A decisão na Estado possivelmente vai levar a outras centenas de processos contra a Monsanto, que foi recentemente comprada pela alemã Bayer AG. 

Empresa estava mal intencionada, diz júri

Depois de um julgamento de oito semanas, os jurados decidiram na sexta que a empresa estava "mal-intencionada" e que seus herbicidas contribuíram "substancialmente" para a doença de Johnson.
O advogado de Johnson, Brent Wisner, disse que o veredito do juri mostra que as evidências contra os agrotóxicos são "esmagadoras".
AFP
Dewayne Johnson (à dir.) foi diagnosticado com câncer em 2014
"Quando você está certo, é muito fácil ganhar", disse ele, que afirmou ainda que a decisão é apenas "a ponta da lança" de futuros processos.
Empresa nega
Em uma nota divulgada depois da decisão, a Monsanto diz que "empatiza com Johnson e sua família", mas que vai continuar a "defender vigorosamente seu produto, que tem um histórico de 40 anos de uso seguro".
Veja também:
"A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos científicos - e conclusões da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, do Instituto Nacional de Saúde dos EUA e de agências regulatórias ao redor do mundo - baseiam a conclusão de que o glifosato não causa câncer, e não causou o câncer de Johnson", disse a empresa.
A Bayer, dona da Monsanto, disse que o glifosato é seguro e nega que ele seja cancerígeno.
Um porta-voz da Bayer disse à BBC que as empresas atuam de maneira independente. Em nota, a empresa afirmou: "A Bayer está segura, com base na ciência, nas conclusões de controladores do mundo todo e em décadas de experiência que o glifosato é seguro e não causa câncer se for usado como recomendado na embalagem".

A controvérsia em relação ao glifosato está longe do fim

Análise de James Cook, correspondente da BBC na América do Norte
As consequências dessa decisão serão sentidas muito além da sede da Monsanto, no Estado americano de Missouri.
O glifosato é o herbicida mais comum do mundo e a discussão científica sobre sua segurança está longe de estar concluída.
Em 2015, a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, parte da Organização Mundial de Saúde, concluiu que o glifosato era "provavelmente cancerígeno"para humanos.
No entanto, a EPA (agência ambiental americana) continua a insistir que o glifosato é seguro quando usado com cuidado.
Militantes questionam como a agência chegou a essa conclusão e afirmam que houve envolvimento da indústria da decisão do órgão regulatório.
Alguns democratas chegaram a pedir que o Departamento de Justiça investigue um suposto conluio entre funcionário do governo e a Monsanto.
Na Califórnia, onde um juiz recentemente decidiu que o café tratado com agrotóxicos precisa conter um alerta sobre câncer, o agronegócio entrou na Justiça para evitar esse tipo de alerta para o glifosato, apesar do Estado listar a substância entre os produtos químicos conhecidos por causar câncer.
Na Europa a disputa em torno do glifosato também tem sido feroz. O presidente francês Emmanuel  Macron está tentando banir a substância apesar da resistência do Legislativo e do fato de que a Comissão Europeia renovou por mais 5 anos a licença para que o herbicida possa ser usado na União Europeia.

Veneno nas lavouras ...

O uso de veneno nas lavouras Brasileira precisa ser discutido de forma transparente imediatamente.


https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2018/08/12/justica-ameaca-tirar-do-mercado-principal-herbicida-usado-nas-lavouras-de-soja.ghtml


Justiça ameaça tirar do mercado principal herbicida usado nas lavouras de soja

Justiça exige que a Anvisa conclua o parecer sobre os riscos que o glifosato podem causar à saúde.

Justiça ameaça tirar do mercado o principal herbicida usado nas lavouras de soja 
Decisão da Justiça Federal ameaça tirar do mercado, em até 30 dias, o glifosato, o principal herbicida usado nas lavouras de soja transgênica. Há dez anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está avaliando se o glifosato é perigoso para saúde e se pode causar câncer. 
Com essa decisão, a Justiça quer que a Anvisa conclua o parecer até o fim do ano e deu 30 dias para que o Ministério da Agricultura cancele o registro de todos os produtos que contenham o herbicida. 
Para Antônio Galvan, o presidente da Aprosoja-MT, a retirada do glifosato "com certeza vai comprometer o sistema de plantio e vamos voltar 30 anos. Não tem como fazer o plantio direito sem ele, esse é o produto principal não só na soja, como também no milho". 
O Ministério da Agricultura informou que a medida pode causar prejuízos à agricultura brasileira e que vai acionar a Advocacia-Geral da União para reverter a decisão.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Direito ao esquecimento e a prática de homicídio

Belo artigo na Revista Conjur:


DIREITOS FUNDAMENTAIS

Corte europeia diz que assassinos não têm direito de serem esquecidos

20 de julho de 2018, 8h05
Por 
O assim chamado direito ao esquecimento, objeto já de colunas anteriores, segue atraindo intensa atenção e suscitando controvérsias, seja no Brasil, seja no exterior. Cuidando-se de um direito que, embora já tenha sido reconhecido em várias ordens jurídicas, ainda não é consagrado, salvo quanto a algumas de suas dimensões, pela maioria dos ordenamentos jurídicos, o papel dos juízes e tribunais assume ainda maior relevância, visto que essencial para a compreensão e aplicação do direito ao esquecimento nos casos concretos, em especial no que diz com seu conteúdo e limites e critérios para o seu reconhecimento caso a caso.

No Brasil, o direito ao esquecimento já tem sido recorrentemente invocado em todas as esferas judiciárias e instâncias, registrando-se diversas decisões proferidas sobre o tema pelo STJ e o reconhecimento da repercussão geral da matéria pelo STF, o qual, contudo, ainda não se pronunciou sobre o mérito.
Além disso, embora o direito ao esquecimento possa ser compreendido num sentido mais amplo, abarcando situações não vinculadas ao ambiente digital (internet) — como bem ilustra, dentre outros exemplos, a jurisprudência do STJ nos casos Aida Curi e Chacina da Candelária —, é na internet que o tema assume maior impacto e atrai ainda maiores controvérsias e perplexidades.
Isso, contudo, não significa que inexistam elementos e problemas comuns às duas situações, em especial o fato de que em todos os casos está em causa o antigo, mas sempre atual debate acerca dos conflitos entre as liberdades de informação e de expressão (incluindo o direito de acesso à informação) e a dignidade da pessoa humana e/ou os direitos de personalidade e mesmo outros bens de hierarquia constitucional.
Ainda no campo da internet, mormente já se reconheça um direito a requerer a exclusão de dados (no sentido de um direito ao apagamento), como se dá tanto na Lei do Marco Civil da Internet, no Brasil, quanto no artigo 17 do Novo Regulamento de Proteção de Dados da União Europeia, a abrangência de tal direito resta controversa. Mas nem a Lei do Marco Civil da Internet nem o novo regulamento europeu dispõe expressamente acerca de um direito à desindexação de determinados links dos mecanismos de busca mantidos pelos provedores de pesquisa, a exemplo do Google, que não é o único, mas segue sendo o mais poderoso em termos da quantidade de usuários e instrumentos e facilidades que lhes são postos à disposição “gratuitamente”.
Nesses casos, que envolvem os provedores de pesquisa e respectivos mecanismos de busca na internet, o que se busca não é a eliminação dos conteúdos tidos como prejudiciais pelos seus utentes, mas, sim, dificultar sobremaneira o acesso às informações, opiniões, charges etc. que tenham o condão de impactar os direitos de personalidade e outros bens jurídicos de estatura constitucional.
Como, todavia, se cuida, em regra, de colisões entre direitos fundamentais, em tais situações imperativo lançar mão da metódica da ponderação (para quem preferir, sopesamento, balanceamento), que, por sua vez, demanda pela identificação de critérios aptos a balizarem as decisões judiciais e resolverem os problemas do dia a dia.
A identificação de critérios consistentes, suficientemente diferenciados para atenderem situações e casos concretos distintos, tem sido tarefa levada a efeito não raras vezes de modo errático, sem as diferenciações indispensáveis e mediante contradições e incongruências diversas. Com efeito, mesmo com a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) no famoso caso Google vs. Agência Espanhola de Proteção de Dados e Mario Costeja Gonzalez, não se logrou por ora sedimentar ainda a matéria e menos ainda os critérios adotados naquele caso.
O que se percebe, de lá para cá, já transcorridos mais de quatro anos (a decisão no caso Google, acima referido e que data de maio de 2014), é que estamos ainda longe de alcançar níveis satisfatórios de segurança jurídica nessa seara. Pelo contrário, ainda que a literatura sobre o direito ao esquecimento e o número de decisões acerca do tema no Brasil e no exterior tenham já sido de algum impacto, o fato é que se está longe de estabelecer níveis adequados de convergência e consistência.
Nesse contexto calha lançar o olhar sobre recentíssima decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos (doravante CEDH) no caso M.L. e W.W. vs. Germany, julgado em 28 de junho, onde se negou aos recorrentes o reconhecimento de um direito ao esquecimento, nos termos por eles invocados. Para que se possa compreender e avaliar a decisão, segue uma breve apresentação do mesmo.
Os recorrentes M.L. e W.W. foram condenados pela Justiça alemã pelo assassinato de um famoso ator (W.S.) em 1993. Tendo obtido liberdade condicional em 2007 e 2008, ajuizaram ação em face da emissora de rádio Deutschlandradio no Tribunal de Hamburgo, buscando resguardar seu anonimato quanto aos seus dados pessoais e das informações que os vinculavam ao caso, disponíveis ao público na página da internet da referida empresa de comunicação. De acordo com o Tribunal de Hamburgo, que acolheu o pleito, os requerentes teriam o direito de não serem mais confrontados com o seu passado, prevalecendo tal interesse sobre o direito de ser informado do público. Na sequência, chegando o caso ao Supremo Tribunal de Justiça da Alemanha (Bundesgerichtshof – BGH), este cassou a decisão do Tribunal de Hamburgo, entendendo que não teriam sido suficientemente levados em conta a liberdade de informação da emissora de rádio e o direito de acesso à informação de seus ouvintes. O Tribunal Constitucional Federal alemão (Bundesverfassungsgericht), por sua vez, uma vez acionado, manteve a decisão do Supremo Tribunal de Justiça.
Não satisfeitos com o resultado do seu périplo na Justiça alemã, os autores dos processos originários recorreram à CEDH (2010), invocando violação do disposto no artigo 8º da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, pelo fato de a Justiça alemã não ter interditado as empresas de comunicação social (as ações também foram promovidas contra o periódico Der Spiegel e o jornal Mannheimer Morgen) de seguir divulgando em seus portais da internet informações sobre seu julgamento e condenação sem preservação do seu anonimato, de modo a violar o seu direito à privacidade.
A CEDH, procedendo à ponderação entre o direito à privacidade dos reclamantes e as liberdades de informação e do respectivo interesse público de ser informado, considerou que os mecanismos de busca apenas amplificam a interferência na esfera da vida privada mediante o acesso às informações disponibilizadas pelas páginas da internet que as disponibilizaram ao acesso público. Levando em conta a relevância da liberdade de informação para uma ordem democrática, a CEDH entendeu que a remoção dos elementos de identificação dos reclamantes poderia ter um efeito inibidor em relação à liberdade de expressão, ainda que a anonimização da notícia seja menos gravosa que sua remoção.
Além disso, a teor do disposto no artigo 10 da CEDH, os meios de comunicação podem mencionar os nomes completos de pessoas no âmbito de relatos jornalísticos, mormente quando os fatos e as respectivas decisões judiciais foram descritos de modo objetivo e sem intenção de constranger a imagem ou reputação dos reclamantes, referindo-se a acontecimentos de elevada gravidade e ampla repercussão social. Soma-se a isso o fato de que o acesso às informações sobre os fatos e a identidade dos reclamantes seria restrito aos assinantes ou pagantes eventuais dos respectivos meios de comunicação. Por tais razões, aqui trazidas em apertadíssima síntese, a CEDH não deu guarida ao recurso, considerando que as autoridades judiciárias alemães sopesaram adequadamente os direitos e interesses em causa, tendo atendido às exigências dos deveres de proteção em relação ao direito à privacidade dos recorrentes e à liberdade de informação.
Sem que se pretenda aqui realizar uma análise mais aprofundada, o que se percebe é que a CEDH aparentemente atribuiu uma posição mais elevada à liberdade de informação do que o fez o TJUE no caso Google, de 2014, assim como se deu no caso Lebach I, julgado pelo Tribunal Constitucional Federal da Alemanha em 1973, onde, embora não estivesse em causa um direito ao esquecimento na internet (e nem se fizesse referência a tal direito), também se tratava de assegurar a não divulgação de notícias sobre assassinatos com referência a detalhes do caso e identidade de um dos seus autores que estava em vias de obter seu livramento condicional.
De outra parte, impõe-se a observação de que, no caso Google, o TJUE levou em conta, para o efeito de assegurar um direito à desindexação, a baixa relevância informacional e o respectivo interesse público no que diz respeito às antigas dívidas de Gonzalez para com a seguridade social espanhola e os inconvenientes que o acesso a tais informações lhe causavam ou poderiam causar.
A gravidade dos fatos e sua repercussão (no caso o assassinato de um ator renomado) parece, portanto, ter tido um particular peso na ponderação levada a efeito pela CEDH, cuidando-se, além disso, de uma lesão criminalmente sancionada de bens jurídicos fundamentais que não pode ser pura e simplesmente subtraída ao conhecimento do público e nem sua divulgação vedada aos meios de comunicação social. Aliás, note-se que também o Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, no caso Lebach II, já havia adotado tal linha de orientação, negando, naquela ocasião, o pedido de não divulgação de um documentário televisivo reconstituindo os fatos.
No que diz com a jurisprudência do STJ brasileiro, todavia, o reconhecimento — instrumentalizado mediante concessão de uma indenização na esfera da responsabilidade civil — de um direito ao esquecimento no caso Chacina da Candelária, onde o autor da demanda na origem tinha sido absolvido da acusação, soa algo inquietante, porquanto — inexistindo distorção dos fatos retratados, a intervenção restritiva na liberdade de informação acaba por ter um impacto maior e o argumento manejado no voto condutor no sentido de que se deveria ter suprimido a identidade do autor da ação perde significativamente sua força.
De qualquer sorte, cuida-se de casos distintos, em contexto distintos e julgados por tribunais pertencentes a instâncias judiciárias diferentes, o que não pode ser simplesmente escamoteado em qualquer análise mais precisa.
Isso, por outro lado, não elide a circunstância de que existem categorias dogmáticas e critérios que possam ser, mediante a devida filtragem, compartilhados, e cada vez mais sugere a importância de um olhar para o lado e a virtude de se adotar uma perspectiva comparatista e pautada pelo diálogo entre jurisdições que têm por objetivo comum a proteção e promoção dos direitos humanos e fundamentais.
Ingo Wolfgang Sarlet é professor titular da Faculdade de Direito da PUC-RS, desembargador no TJ-RS, doutor e pós-doutor em Direito.

Revista Consultor Jurídico, 20 de julho de 2018, 8h05