quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O desenvolvimento e o Meio Ambiente ... a produção de energia em detrimento do meio ambiente ...

Hoje participei de uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Tocantins, onde debatemos os danos ambientais provocados pela necessidade de produção de energia elétrica em uma das usina instaladas no rio Tocantins.

Por determinação do ANS a usina libera e contém o fluxo d'agua, fazendo com o que o nível de água varie em 15 metros, represando a água e matando os peixes.

Como mesurar esse dano ambiental quando o país enfrenta uma crise energética? Tema complexo ...

Segue matérias sobre a referida audiência:
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Em razão da mortandade de milhares de peixes em Lajeado, foi realizada, na tarde desta quinta-feira, dia 27, no plenarinho da Assembleia Legislativa uma audiência pública para tratar da catástrofe ocorrida na semana passada no município. A reunião foi realizada pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, atendendo a um requerimento de seu presidente, deputado Marcello Lelis (PV), que também presidiu o evento.
Como primeiro orador, o presidente da Colônia de Pescadores de Lajeado, Domingos Ferreira Lima, afirmou que “não é de hoje que ocorre esse tipo de crime, além de morrer o peixe, morreu a produção dos próximos anos, pois é piracema e os peixes estavam carregados de ovos que iriam dar vida a novos peixes e vamos ficar sem ter o que pescar no futuro”, disse Domingos. Ele ainda pediu às autoridades que encontrem saídas que resolvam a problemática das mortes.
Para o diretor executivo do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Rômulo Mascarenhas, o que causou a tragédia foi a falta de oxigênio da água, devido à baixa brusca do leito do rio Tocantins, abaixo da barragem, por conta do fechamento das comportas da Hidrelétrica de Lajeado.
Tanto Marcello Lelis como os pescadores e os órgãos de fiscalização, como Ibama e Naturatins, reclamaram da ausência da Investco por ser ela a operadora da Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, e quem deve responder pelo desastre. No entanto o representante do Naturatins anunciou que a empresa foi multada, em função da tragédia, em R$ 2.105 milhões, além de outras penalidades legais que estão em andamento.
No final da audiência, ficou acordado que Ibama, Naturatins e os Ministérios Público Estadual e Federal irão propor que a empresa de energia assine um termo de ajustamento que preveja regras que evitem ou, no mínimo, minimizem danos como o que ocorreu recentemente em Lajeado.
Por outro lado, foi sugerida a construção de uma escada que possa ser usada pelos peixes para que eles atravessem a barragem e não fiquem barrados abaixo dela. Outra proposta é que seja nivelado o leito do rio para que acabe com os poços que prendem os peixes quando as águas abaixam, causando a morte por asfixia.
Ainda participaram do encontro o promotor de Justiça João Edson, da Comarca de Tocantínia, o procurador da República Alvaro Manzano, o presidente da Comissão de Direitos Ambientais da OAB – Seccional Tocantins, Hércules Jackson, o analista ambiental do Ibama, Sandoval Santos Queroz, vereadores de Lajeado e Miracema, a deputada Josi Nunes (PMDB), entre outras autoridades. (Elpídio Lopes)

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