Brasil, a lanterna no ranking de participação de mulheres na política
Atuação feminina em cargos do Executivo é abaixo da média mundial e deixa país em último lugar no continente americano
São Paulo
Ao longo dos últimos anos, o mundo vem presenciando um grito potente de mulheres que, em diversos países, clamam por igualdade de gênero.
Em diferentes esferas, dos estádios de futebol ao ambiente corporativo, há uma luta pela reivindicação feminina dos espaços e
para a garantia dos direitos já conquistados. A primavera feminista é vivida no Brasil desde 2015 e este parece ser um movimento sem volta
Mesmo assim, a caminhada ainda parece longa quando se trata do universo da política. Neste âmbito, o Brasil está na lanterna (161ª posição) de um ranking de 186 países sobre a representatividade feminina no poder executivo, atrás de todos os outros países do continente americano. Em primeiro lugar no levantamento, que analisou a evolução histórica da participação feminina no poder Executivo de 1940 até hoje, está a Nova Zelândia, seguida do Chile - cuja presidenta Michele Bachellet está pela segunda vez no poder - e Reino Unido, que, assim como a Nova Zelândia, tem a rainha Elizabeth II no reinado desde 1952.
O levantamento foi realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras, que atua pela participação feminina nos espaços de poder. Para chegar às conclusões, foram cruzados dados fornecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ONU e Banco Mundial. A pesquisa apontou, por exemplo, que dos 186 países ranqueados, somente 17 têm mulheres como chefes de governo atualmente. Isso significa que hoje, cerca de 92% da população mundial é governada por homens.
Na realidade brasileira, o levantamento fez um raio-X dos cargos ocupados por mulheres na esfera federal, estadual e municipal. Em relação às nomeações para cargos do alto escalão, em dez anos - entre 2005 e 2016 - a participação percentual delas nos ministérios cresceu apenas 4,5%. O número não considera a realidade atual, de apenas uma mulher - Grace Maria Mendonça, da Advocacia-Geral da União - entre os ministros. Enquanto isso, a média mundial de mulheres no primeiro escalão é 18%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário